segunda-feira, 15 de junho de 2015

Prisão de ventre não tratada favorece hemorroidas e fissura anal


Prisão de ventre e intestino preso são os nomes populares pelos quais é conhecida a constipação (ou obstipação) intestinal, um distúrbio comum caracterizado pela dificuldade persistente para evacuar. Em termos gerais, a constipação pode ser definida como a evacuação de fezes muito ressecadas, escassas e infrequentes, que ocorrem a cada 72 horas ou mais. Dificuldade evacuatória e sensação de evacuação incompleta também podem fazer parte da síndrome de constipação intestinal. Trata-se provavelmente da mais frequente queixa gastrointestinal observada em consultórios médicos, atingindo mais a mulher. A constipação intestinal pode ser secundária a um conjunto de causas, entre elas: - Baixa ingestão de fibras na dieta;Baixa ingestão de líquidos;Depressão, estresse, ansiedade;Imobilidade, sedentarismo;Viagens, mudança de hábitos diários;Medicamentos como anticolinérgicos, antidepressivos, opiáceos, ferro, bismuto e anticonvulsivantes;Hipotireoidismo;Diabetes;Gravidez;Esclerodermia;Retocele;Redundância dos cólons;Acidente Vascular Encefálico;Trauma raquimedular;Doença de Chagas;Doença de Hirschprung;Anismo (contração paradoxal do esfincter anal);Inércia colônica (transito cólico excessivamente lento). A maioria dos casos de constipação é resolvida por meio da mudança dos hábitos alimentares e de vida. A adoção de dieta rica em fibras (25g/dia), com maior consumo de cereais (trigo, aveia, milho) e vegetais (legumes, verduras e frutas), associada a aumento na ingestão diária de líquidos (2 litros de água/dia) trará impacto sobre a constipação. Fibras pouco ajudam se não estiverem acompanhadas de aumento da ingesta de líquidos. A avaliação e acompanhamento nutricional são necessários, objetivando acelerar e facilitar a correção da dieta. Juntamente com as alterações na dieta, é necessário abandonar o sedentarismo e praticar exercícios físicos. Recomenda-se o exercício aeróbico por trinta minutos pelo menos três vezes por semana. É fundamental que se respeite a vontade de evacuar. Jamais adie a ida ao banheiro caso haja um sinal de que o reflexo de evacuação possa estar presente. Também é muito importante que se estabeleça uma rotina para ir ao banheiro, como por exemplo, sempre após uma das 3 principais refeições. Quanto aos medicamentos para tratar prisão de ventre, são diversas as classes. As mais comuns são: - Agentes formadores de bolo fecal (psyllium, plantago ovata);Lubrificantes (óleo mineral);Agentes osmóticos (lactulose, compostos por magnésio, macrogol, PEG-polietileonoglicol);Irritativos (bisacodil, fenolftaleína, senne, cáscara sagrada). A maioria desses produtos não se provou efetiva e bem tolerada a longo prazo, exceto a lactulose, o macrogol e o PEG. Os agentes formadores de bolo fecal não são efetivos em pacientes muito constipados e os irritativos tendem a acarretar em tolerância (perda de efetividade) por destruição das terminações nervosas, além de causarem cólicas.

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