quinta-feira, 17 de abril de 2014
Jovem sofre aborto e passa duas horas ao lado do feto morto, após buscar atendimento
Após
peregrinar por quatro unidades médicas de Valinhos e Vinhedo, no
interior de São Paulo, uma adolescente de 16 anos sofreu um aborto
espontâneo. Na última terça-feira (15), Carla Thais Lopes dos Santo,
grávida de cinco meses começou a sentir muitas dores. Ela começou a
procurar atendimento médico por volta das 14h, e cinco horas depois,
sofreu o aborto do bebê, que se chamaria Nicolas Henrique. Não bastasse
todo o sofrimento com a perda do bebê, a jovem ainda precisou ficar ao
lado do feto morto por duas horas. A jovem tentou ser atendida por três
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e pelas Santas Casas da cidade. Na
UPA de Valinhos, o médico teria dito que as dores eram de uma infecção
urinária. Mas a jovem disse que já tratava a infecção, e insistiu que as
dores eram da gravidez. Na Santa Casa de Vinhedo, a adolescente não foi
atendida, pois não havia obstetra e nem maternidade no hospital. Na UPA
de Vinhedo também não havia ginecologista e obstetra de plantão. A
jovem teve que voltar para UPA de Valinhos, onde foi orientada a vomitar
no banheiro. Quando chegou ao sanitário, o bebê foi expelido nas mãos
da menor, já sem vida. A médica que fez o atendimento no local ainda
teria dito “pode deixar ele cair na privada mesmo". Depois disso, Carla
foi encaminhada para Santa Casa de Valinhos, onde só foi atendida após a
família chamar a Polícia. Até o policiamento chegar, a menina ficou em
uma maca ao lado do filho morto, preso pelo cordão umbilical. A irmã da
gestante, Bruna Lopes, afirmou que depois que a Polícia chegou, Carla
foi atendida rapidinho. “Foi um absurdo, um descaso total. Minha irmã
super abalada com a morte do bebê e ainda teve de ficar ao lado dele
morto, ainda sujo do parto, esperando por mais de duas horas", contou
Bruna ao UOL. A adolescente ainda está internada, mas passa bem.
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